Não sou muito susceptível... diria mesmo que tendo a ser resistente, mas Samuel Beckett activou-me todas as fragilidades
«... É o que sinto, sinto-o há já alguns dias, e acredito na minha impressão. Mas em que é que essa impressão é diferente das que me têm enganado desde que nasci? Não, trata-se de um género de pergunta que já não pega, comigo já não pega, já não preciso de pintar. Morria hoje mesmo, se quisesse, bastava fazer um bocadinho de força, se fosse capaz de querer, se fosse capaz de fazer força. Mas mais vale deixar-me morrer, sem apressar as coisas...»
Já Fernando Pessoa o tinha feito
«...Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti...»
E quando olho para o lado sinto isso mesmo, a morte perto, naõ a minha mas dos que amo, não por vontade própria mas por assim ser a vida dizem...
Ficas sem defesas se vês a morte chegar a quem a repudia, a quem dela se pretende desviar com todas as poucas forças com que atrofia...
Dói!