terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Candy

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Night and day you are the one

1.00 Às vezes tanto faz… Nunca sabemos bem se queremos mesmo estar aqui… mas vamos ficando, é um pouco como aqueles momentos em que sabemos que não é ali que queremos estar, por outro lado não fazemos puto ideia onde gostaríamos de estar e por isso ficamos.
2.00 Parece que tudo está bem melhor, pouco sangue no álcool e muita gente gira. De onde teriam vindo?
3.00 Olé, olé, olé, olé. Aqui estava mesmo a partir, era provavelmente a melhor série de TV que passava num sábado à noite nos últimos tempos.
4.00 Estava cansado mas, não me apetecia dormir. Guardei a garrafa de whisky e fui ligar o computador… nem eu sabia bem porquê.
5.00 Já sabia de cor as características dos meus jogadores do Hattrick.
6.00 Já tinha estado num chat com uma miúda do outro lado do Mundo… Penso eu.
7.00 Se calhar já me podia ter ido deitar… Pensei. E fui.
8.00 Zzzzzzrrrrrzzzzrzzrrzrrrrrr
9.00 Levantei-me, o miúdo não pára de chamar. Dói-me um bocadinho a cabeça. Ligo a TV no Panda e deito-me no sofá enquanto aquece o leite.
9.30 – O LEITE!!!!!
10.00 Falam-me em ir ao parque, até as remelas dos olhos me saltaram.
Nem sei bem quando errei, se errei em casar, se errei em me divorciar, se o erro foi o puto que adoro, ou se sou eu que estou errado… Tudo enquanto dava o banho da manhã.
11.00 Mudo do Panda para a RTP2 e continuo no sofá. Penso em comer qualquer coisa, mas na verdade nem tenho fome, apenas uma ligeira dor de cabeça. Fecho os olhos.
12.00. A pressão do puto é crescente, antes de mais um zapping me deixar a TV num qualquer programa de televisão (desenhos animados, entenda-se). Sonho com um grua que me transporte para a banheira… mas nada.
13.00 Depois de dar uma sopa ao miúdo, que a minha mãe lá tinha ido pôr a casa, desço até ao café em frente.
– Uma bica! – Peço enquanto namoro um pastel de nata sem sucesso… Não tinha mesmo fome e o puto insistia na mesma tecla.
Nunca percebi se gosto mais do dia ou da noite. Será um todo indissociável como o céu e a terra?
Sim, é verdade que se calhar gosto mais da tranquilidade da noite... ou mesmo da loucura da noite, do fumo, do cheiro, do vinho, da música, de mim, de ti.
Mas, na verdade sou tão egocêntrico que também me adoro de dia, na luz, no brilho, nos reflexos do Tejo, na lucidez de ir e regressar. Se calhar, gosto mesmo é dos crepúsculos que nos antípodas se tocam numa beleza indescritivelmente única e diferente, embora igual, a simples beleza do dia e do seu ciclo.
14.00 Já nem me lembro bem do que gosto… Só quero que o puto não se aleije senão a mãe desanca-me, e com razão, uma vez entalou-se na porta do carro, que horror!!!
15.00. Estranhamente deu-me a fome…
- Tens fome?
- Não.
Acho que foi a primeira vez que lhe dirigi directamente a palavra. Nada mau.
O puto diz sempre que não tem. Mas tem de comer.
Fomos outra vez ao mesmo café. É feio. Pedi uma sande de fiambre e comemos a meias. Olhei para o puto, nem é feio, quer dizer até é bonito… Toda a gente se mete com ele e ele ri, ri como eu não me rio há muito tempo.
16h. Já estou em casa a preparar a mala, a mãe vem às 17.00 buscá-lo. Pus no Panda e pensei: – Este puto vê televisão a mais. Realmente isto da TV é mesmo muito mau.
17.00 Acabei de lhe dar um boião de fruta, modernices que a minha mãe tinha comprado, mas mal tocou a campainha o puto deu-me um beijo e correu para a porta e disse:
- Mamã, mamã.
Caiu-me tão mal…
Mal saiu, abri uma cerveja, tinha um misto esquisito de sede, dor de cabeça e sono… Adormeci.
18.00 Rrrrrrrrrrrrrrrzzzzzzzzzzzz
19.00 Acordei com a garrafa entornada no chão… Nem estava muito molhado, mas era melhor limpar… Deita um cheiro.
Acendi um cigarro e desci. Vim cá abaixo comer qualquer coisa ao café, pedi uma bifana e uma imperial, mas já não tinham pão… Aquilo cheirava mesmo mal… muito mal. Comi um pastel de bacalhau… dois… três… uma… duas… três… imperiais. Acho que estava a dar o Manchester ou isso e fiquei…
20.00 Afinal era o Middlesbrough.
21.00 Subi e pus na RTP1, queria ouvir o Marcelo… já estava a dar. Adormeci…
22.00 rrrrrrrrrrrrrzzzzzzzz
23.00 Já tinha desligado o computador e fui pôr o lixo lá em baixo… Porra, esqueci-me do cinzeiro… Que se lixe… Amanhã também é dia.
00.00 Terá a noite que ter sempre um lado nostálgico e ao mesmo tempo assustador?
Será que esta dicotomia bacoca de influência meio religiosa, meio inculta e medrosa do bem e do mal, do negro e da luz, da noite e do dia, não terá um fim.
Conseguiremos ter uma sociedade que se organize com alegria e entusiasmo e ao mesmo tempo com capacidade de trabalho 24 horas por dia? Ou teremos todos que viver como as galinhas que recolhem ao anoitecer num qualquer «curral» de betão onde nos deixam pôr os ovos para depois os virem buscar.
Hoje tomei uma decisão…Vou mudar do dia para a noite… se for capaz.

Day and night, night and day, why is it so

Má educação

Má educação
Para além de ser um filme razoavelmente mau do Almodôvar é prática comum em Portugal.
Eu próprio por vezes cuspo no chão, (sou alérgico a muita coisa é certo mas não justifica) um dos actos de maior desrespeito e má educação pelos outros e pela estética visual de qualquer cidadão minimamente civilizado. (mas não coço os testículos em público).
Antes as rixas resolviam-se à paulada depois à espadeirada entre uns e outros que se iam queimando ou deixando comer vivos por leões. No entretanto, a evolução da espécie humana faz-nos controlar instintos como a agressividade diminuindo a violência física, potenciando o diálogo e a negociação das trocas comerciais ou simplesmente de ideias.
É isto em suma a evolução da espécie humana.



ou



É de facto menos mau que andarem à porrada mas parece-me sinceramente menos natural e menos digno...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Hard Core

Há dias peguei no carro e fui ao Intendente... Na verdade não ia à procura nem de sexo nem de droga por incrível que pareça mas apenas numa de voieur armado em parvo...
Ainda pensei em parar o carro e ir beber uma cerveja para sentir o pulsar da coisa mas receei que ficasse hipertenso de tanta pulsação…
De facto as cidades vivem a vários tempos, em diferentes ritmos e eu sinto-me um Homem de hoje, com todas as raízes do meu país. Mas dói, dói na alma ver um outro mundo que nos foge por entre os dedos … sem entrar em histerias esquerdóides ou fascizóides a verdade é que a exclusão é bem dura. Também ali haverá grupos de pertença, equilíbrios e disfunções grupais mecanismos de sobrevivência, regras de conduta e tudo o mais … mas haverá outra forma?
Eu penso que sim e é mesmo preciso que o Estado intervenha não por uma noção estúpida de segurança mas por uma questão de princípio… Se precisarem eu volto lá e saio do carro… na verdade não senti medo, apenas pena.

Carlos Quieroz

«Ver só com os olhos é fácil e vão, mas por dentro das coisas é que as coisas são...»

Carlos Queiroz... mas não da bola...

terça-feira, 26 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

Ai se ele cai

Estranja

Arrête Jean Pierre faz parte do registo de humor de qualquer urbano quando pretende ironizar gozando com aqueles que deram parte das suas vidas ao trabalho no estrangeiro com a intenção de obter melhores condições de vida, vulgo emigrantes. E todos os seus estrangeirismos são sucessivamente gozados, em algazarra e chacota.

Mas a verdade é que o português é fraco, não defende a sua língua e hoje quando me sento numa reunião com um executivo mas ou menos yuppie sinto que estou no estrangeiro…

(…)Não tenho Budget(…) estamos em outsurcing(…) unidade business 2 business (…) fizes-te o attach no mail?(…) isto só para começar o diálogo…

Mas também no calão se recorre à cena tão a ver… conheci um black «bacano», «tava» a dar um «granda» sound, bem «granda» party sim «tá» cool man.

Opps para usar uma onomatopeia da nossa língua, da nossa casa mãe, do meu português, que me parece cada vez mais distante e menos defendido por quem supostamente o deveria fazer, o «tuga». Com acordos mal feitos ainda me aguento agora com a generalização abusiva de línguas estrangeiras como um sem número neologismos que entram na moda, genericamente desnecessários e ainda por cima estúpidos e estupidificantes pois são usados por sistema e os próprios, muito modernos, já nem sabem que existe uma língua portuguesa com… com 200 a 300 mil palavras e que se considerarmos as formas verbais podemos chegar a 400 mil palavras.
NÃO CHEGA?
É preciso ir importar estrangeirismos para ser moderno… Estou farto de modernices bacocas pelo menos os Jean Pierre’s têm uma razão substantiva para usar os estrangeirismos ou as suas adaptações, os outros não passam de wanna be’s… Ah desculpem o estrangeirismo.
Cada dia que passa só me apetece mais voltar a ser meio punk…

Zé Sócrates

José Sócrates

Uma carta de uma criança de 8 anos a José Sócrates, melhor aluno da sua classe, sem erros.

A minha mãe é boazinha dá-me muitos miminhos e faz de mim um rapaz como deve ser. Diz-me sempre para não mentir e para estudar muito para um dia vir a ser alguém.
Para nunca aceitar nada de estranhos pois pode ter droga ou mesmo coisas estragadas.
Ela diz também que eu podia ser engenheiro ou médico para fazer obras grandes ou curar pessoas.
Diz que devo sempre ser bem educadinho e paciente, nunca ser mal-educado, nem querer que os outros todos pensem como eu penso. Que há pessoas que podem pensar
diferente de mim e serem também boas pessoas.
Diz ainda que mesmo que um dia eu tenha muita força e muito poder como o Dragon Ball nunca devo usar essa força para o mal ou para fazer mal aos outros, mas sempre para o bem, mesmo que os outros nem sempre me façam o bem a mim.
Diz também que eu devo sempre acreditar nas pessoas mesmo que sejam políticos pois são muito importantes para todos e têm na mão muitas coisas difíceis para resolver e que nem tudo o que dizem deles é verdade. Mas que também não posso ser estúpido e achar que tudo o que eles dizem é verdade.
Que votar é muito importante, «um dever cívico» diz ela, acho eu, e que é nesse momento que eu devo dar as minhas opiniões para tentar mudar as coisas, não só aí, mas sempre aí. Que quando dizem que não há opção é mentira pois ela diz que nós podemos sempre escolher a nossa vida e que as opções quando não as há que temos de ser nós a mudar as coisas como foi no 25 de Abril ou de Novembro ou lá o que é.
Agora vou jogar à bola … é que eu sou do Benfica e acho que se jogar muitas vezes tenho lá lugar de certeza… e acredito que um dia há muitas coisas que podem mudar.
Zequinha

Para ser grande, sê inteiro
Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive
Ricardo Reis

Ahhhhhhhhhh

Colina dos Heróis

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Acredito em mudanças... mesmo que sejam para melhor

Há muito tempo que o povo português precisava de um hino... De música com a força digna de mover e motivar pessoas e coisas em torno de um objectivo comum...
Sou do tempo em que a múscia tinha um sentido muito para além da própria...
Aí estão os Xutos a bombar...

Oncologia

Já entrei mais de muitas vezes em hospitais oncológicos...
É especial... muito especial se conseguires tirar os olhos do que ou de quem lá te levou.
É uma esforço, é bem difícil... somos egoístas e por vezes não conseguimos elevar-nos como Homens.
Sentir que é de facto nas pequenas coisas que podemos mudar o mundo. Um sorriso pode fazer toda a diferença.

Sem me querer perder mais em dissertações sobre o efeito borboleta diria que como diz Ítalo Calvino na sua Obra Cidades Invisíveis por outras palavras;

O Mundo divide-se em duas grandes categorias, aqueles que se acomodam com a merda que os rodeia e os que lutam mesmo que devagar para minorar e procurar transformar o Mundo num Mundo melhor.

Eu ainda quero ser da segunda casta e amanhã lá vou eu outra vez com um dos que mais amo à Oncologia…

terça-feira, 21 de abril de 2009

Impressionante

Confesso que já vi este vídeo dezenas de vezes ...
É-me deveras impressionante... fico, como muitos, com a impressão da antevisão da morte...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Ai Abril que já foste...

«Quem lá vem dorme à noite ao relento na areia» e «cala notícias do meu país».
Nasci em 1974, em Abril, os mesmos volvidos que a Revolução dos Cravos, que me fazem pensar nos tempos do actual Abril.
O espírito da revolução permanecerá na ideia de alguns dos mais velhos, nos mais novos de certo pouco ou nada, muitos desconhecem as motivações, os valores, as causas e até as consequências.
Liberdade será a palavra que de imediato todos responderão se lhes for pedida só uma, mas de certo nem todos esboçarão um sorriso ao pensar em Abril.
A dualidade das personalidades. Otelo, herói da revolução ou terrorista, Soares, democrata ou culpado da descolonização, Vasco Gonçalves, líder ou ditador, Cunhal, lutador ou manipulador, Sá Carneiro, genial ou fascista, Eanes, libertador ou bloqueador.
Cada um fará a sua leitura, o seu sentido, a hierarquia da importância dos acontecimentos e das personagens. O que interessa é que todos são história e presente de um Portugal que tenta reconstruir-se da descolonização, da entrada numa Europa que a cada dia dá passos para uma unificação, num mundo mais exigente, tecnológico, desequilibrado e desumanizado.
É importante ensinar a História aos nossos filhos, mas será certamente mais importante ensinar a pensar um futuro. Tão justo quanto o possível (que expressão feia), em que sejamos solidários mas exigentes, democratas mas não permissivos, genuínos sem ser rudes, verdadeiros face aos princípios dos Homens e a si mesmos. O que é hoje Abril? História? Ou algo mais? Não sei, mas o que interessa é o futuro. O nosso, o dos nossos filhos, o do nosso país, que em tão grande crise económica, político-partidária, de valores, de crença nas instituições e de esperança, se encontra.
A culpa morre solteira entre «Eles», sempre os outros, esquecendo a nossa culpa individual, a nossa responsabilidade colectiva que nasceu nos tempos de Abril, mas que se calhar não cresceu o suficiente. Sim, Zequinha, também tens culpa. De cada vez que não pedes factura, de cada vez que não declaras impostos, de cada vez que dás um jeitinho a um amigo na fila do pão.
Não sou astrólogo nem vidente, mas sou um optimista que acredita na História de Portugal e nos portugueses. Mas quero acima de tudo acreditar no futuro, num futuro colectivo que nos traz mais, muito mais alegrias e coisas boas que nos possam levar além da nossa própria angústia. Nós somos hoje os nossos principais inimigos e essa luta só podemos travar connosco mesmo. Não será fácil, não será justo, mas é uma batalha que podemos vencer. Mais uma.
Mas como cantava José Mário Branco: «E se todo o Mundo é composto de mudança, vamos dar-lhe a volta que ainda o dia é uma criança.»
PS: Não queria usurpar canções à esquerda conservadora e por isso peço desculpa.

Fuck It

Conheci uma pessoa muito interessante.

Não, não se enganem é Homem e eu sou apenas heterossexual… desculpem.

Não digo o nome por pejo.
Ao contrário do Daniel Oliveira é uma pessoa interessante e inteligente… discordo genericamente dele em tudo, estudou em Harvard e é gestor, matemático, pragmático, quantitativo usa expressões em inglês em cada frase (e se isso me irrita e ao meu Camões…). Mas é inteligente.

Das conversas com ele consigo perceber os produtos que as grandes Universidades criam para um Mundo melhor. É bom homem, é trabalhador e é honesto, adoro falar e beber copos com ele, é mesmo um compincha, poderemos até vir a ser amigos.
Tem uma bagagem cultural extraordinária e cozinha.

Mas afinal o que me incomoda então…
Pensar que a descaracterização dos valores do mundo e dos objectivos comuns se esvaziam numa globalização artificial, apenas económica e de informação.
Que o Mundo esquece o Mundo e que na verdade as grandes fortunas crescem por mais fundações que o Bill Gates crie.
Que os grandes «carolas» precisem sempre de referências internacionais e de preferência anglo-saxónicas para justificar o Mundo e esquecem que somos acima de tudo europeus e em especial portugueses, e que isso poderia de facto ser suficiente.
Que o humanismo e as Humanidades que unem o Mundo sejam sempre descoradas pelas chefias e que deveriam recorrer a estas, não para atrasar decisões mas para as melhorar.
Enfim, na verdade, se calhar só eu é que sou parvo e não percebo que quando se pretende evoluir não se pode abrandar e deixar de ir ao ritmo dos que andam na ponta do mundo… mais subprime menos subprime afinal quem fica sem casa é apenas uma pequena minoria.

So fuck It vou comprar acções.

Daniel Oliviera

Confesso que não gosto muito do Eixo do Mal… do seu modelo, da sua estrutura conturbada, e da arrogância que prepassa na forma como todos se interrompem e se ofendem quando são interrompidos…
Mas a verdade é que o vejo, que o gravo e que o consumo na íntegra.
Mas o que é que isso interessa pois, também, devoro sandes de coirato e não penso que me façam bem ou que me tragam algo de novo, até por que já conheço o sabor, mesmo que lhe ponha picante ou cebola.
No entanto, não poderia deixar do destacar do grupo o Daniel Oliveira.

Fui ao seu blog e penso que ele define da melhor maneira o próprio

«Por Daniel Oliveira 20 Abr 09 em Sem categoria»
Os texto estão assim assinados;
E de facto é mesmo sem categoria, sem classificação, não enquadrável na mente de nenhum bípede deste Universo… Nunca pensei discordar tanto de uma pessoa… e o mais grave, nem sequer percebê-la… vivemos mesmo em planetas diferentes… Penso que no meu humilde anonimato e caso o Daniel me conhecesse ambos ficaríamos extraordinariamente contentes com estas diferenças…
Bem hajas Daniel por existires… assim sei tudo aquilo que não quero ser.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Que ano de cinema?

Fight Club... Tudo sobre a minha mãe... Straight Story... 3 filmes nota 5, no mesmo ano. Nunca me aconteceu... Tão diferentes.... tão bons!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Madness

Emil

Water Boys

The Pogues

quinta-feira, 26 de março de 2009

Pãozinho sem sal

Já escrevi isto… ou parecido… mas começo verdadeiramente a ficar em brasa. Vão tirar o sal ao raio que vos parta.
Que nós tenhamos um primeiro-ministro bacoco e uma série de ministros sem graça, tipo pãozinho sem sal eu percebo. É a política, dizem. É o tal padrão e roupagem que têm de vestir para ser sérios. Paulo Portas afirmava à boca cheia há uns anos que ter poder para ele era contra natura e que se tivesse um amigo com poder ou deixava de o ser ou de imediato (ele Paulo) ia para a oposição… mais tarde foi Ministro de Estado.
A saúde é importante, ok, e o Estado gasta dinheiro connosco é verdade (mas gasta mais com ele próprio por isso…). Mas eu não sou Sueco, Belga nem Alemão, nem quero ser. Eu sou PORTUGUÊS… ponho sal, ponho picante como os Indianos ou os Africanos, pois damo-nos bem com eles, bebo álcool como qualquer cidadão do mundo. Como gordura e barda, carne de porco, de vaca, de aves, peixes e até vegetais e estou farto de normas que me lixam o palato. Tratem da saúde uns dos outros e deixem-me em paz. Nada contra a oferta de produtos diferentes, de escolhas individuais que vão ao encontro da saúde que me querem vender… mas essa não é a minha. EU QUERO PÃO EXTRA SAL, quero baba de camelo, quero rissóis da minha mãe e entremeada, coirato, azeite e banha para cozinhar e quero tascas. Limpas, mas tascas à séria. Viva o vinho de uva e não a zurrapa europeia, viva o presunto e o queijo da serra com mais bactérias que uma estrumeira, viva o sal gema e marítimo e flor de sal como o caraças, eu nem estou doente… e se estiver como uma canja com galinha do campo cheia de gordura até ferver ou um caldo verde com chouriço de porco preto ou aquilo que me apetecer… com pão com muito sal com vinho ou com um pirolito.
O resto é conversa de burocratas urbanos doentes e doentios a fazerem jeitos a áreas de actividade que não sabem nem nunca souberam produzir com qualidade diferenciada, e por isso quanto mais padronizarem melhor, pois detêm os circuitos comerciais. INVEJOSOS.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Uma força invisível

Todos quando acordamos sentimos uma força que nos eleva, que nos motiva, que nos faz pensar e agir não de forma motora mas com um qualquer objectivo que nos ultrapassa.
Nas depressões, por exemplo. Nas agudas, essa força invisível tem um papel de ausência. Simplesmente não existe. Poucos sabem explicar (se é que há quem saiba) e a mente invade-se de uma ausência, de um escapulir permanente do desejo e da vontade… do que quer que seja. Outro caso é o dos doentes condenados (terminais dizem) que por vezes são hinos comoventes à vida, verdadeiros exercícios de vitalidade de pôr em sentido os jovens desmotivados ou desorientados.
Devemos ou não considerar a vida como uma dádiva, uma bênção, ou apenas como uma acção da Natureza?
Podemos ou não contagiar os nossos com essa força invisível que, tal como não se vê, não se explica, mas que de certo todos sentimos. Que caminho podemos ou devemos seguir para a perceber, para a determos e para a podermos partilhar?
Não sei. Não tenho resposta mas procuro-a por tudo o que me rodeia e em cada dia a procuro mais. Se a encontrar digo-vos. Se a virem, digam-me por favor.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Add it up - Censurado

Hora da verdade

Desde sempre tive muita dificuldade em acertar nos tempos.
Acho-me no entanto um Homem da minha época. Chego sempre atrasado mas vou.
Cozinho e ajudo um pouco em casa mas não passo a ferro nem coso. Não sou machista, racista nem homofóbico, mas penso na minha generosidade ao não sê-lo...
Todos me falam de igualdade, mas cada vez mais gosto da diferença da justa e respeitosa diferença da compreensão e assimilação das culturas identidades e personalidades diferentes que nos fazem chegar o quão belo é a coisa diferente. As diferenças entre Homens e Mulheres, entre povos e raças, culturas e regiões. E hoje todos me falam de padrão, de norma, de coisas assépticas e híbridas. Eu quero a diferença, desculpem!
Posso ser igual às vezes pois queria que me saísse o totoloto (agora euro milhões), mas não jogo.
Se calhar também sou diferente, gosto de vinho e de bagaço e chego a usar boina (herança viva de meu pai). Não me sinto urbano pois preciso de pessoas, embora precise da cidade, por vezes sinto-me provinciano, mas canso-me. Descubro em cada pedra um encanto, e em cada noite um fascínio.
Enoja-me a informação, mas vejo-a. Leio sem escolher bem o livro ou o autor e perco-me, e mesmo que me encontre saturo-me.
Não sei bem que horas são, mas tenho fome... acho que vou beber uma imperial.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Estarei burro

A maior parte das pessoas acredita em quase tudo o que ouve ou vê na TV, mesmo que a maioria das pessoas diga e pense mal dos jornalistas.
A hora do telejotnal é estupidificante, mas eu vejo.

Procura-te até nunca te encontrares

As pessoas tornam-se iguais na busca pela diferença. Há sede, sede de cultura, de afirmação, de prazer. Os limites foram alterados, a fasquia está mais alta, e nem todos sabem lidar com isso. Procuram desenfreadamente algo... e perdem-se.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Padre de Lixa

«Somos acima de tudo o que seremos»

Padre de Lixa

As revistas cor-de-rosa e a minha abstracção

Com devido respeito por todos quantos vão lendo devorando e consumindo uma nova forma de droga legal, as revistas cor-de-rosa, estou na verdade cada vez mais farto de famosos. Para além de saber que caso não tomem banho cheiram igualmente mal, a verdade é que me parece que todos os que são e todos os «wanna be», desgastam a inteligência ao mais comum dos mortais. Poderiam interpelar-me dizendo «Mas se não gostas não vejas, não leias, não oiças…» Mas o problema é que eles estão em todo o lado.
EM TODO O LADO!
Nas festas há zona VIP, normalmente ou onde se bebe à borla ou onde se está com menos confusão ou onde se pode fumar. Nas discotecas há guest lists…ou lá o que é isso. Nas empresas há cunhas para eles e para os filhos deles, na rádio estão em todas as estações com análises surreais, na TV estão em todos os canais nos jornais têm colunas como se tratasse de jornalismo. São uma praga…
Geram emprego pois há comunicação social específica e criam imaginários e sonhos a muitos que não têm vida, nem tudo é mau… Mas confesso que me causam um pouco de urticária. Estar numa festa e ver os ninhos de vespas que os perseguem, uma «moranguita com ou sem açúcar» tem dificuldade em fazer uma coisa tão simples como ir à praia, como já assisti. Enfim não os invejo, não os desejo conhecer nessa condição, de famosos, eventualmente na de pessoas. Mas é assim, e na verdade quem sou eu…???

Ai Portugal Portugal

Do rectângulo Atlântico. O nosso país tem muitos quês de caricato… Durante anos ouvimos que os sumptuosos lucros da banca se deviam à óptima gestão e mais aprumada e inovadora, diria mesmo pioneira capacidade de criar métodos tecnológicos adequados ao negócio. Afinal era do que já sabíamos, de pesadas taxas sobre os clientes e de um nível de endividamento acima das possibilidades, só para não falar de outras coisas…
O Governo baliza como meta fundamental a formação o que não deixa de ser um paradoxo se pensarmos que a taxa de desemprego em licenciados é superior à média nacional. A hora das verdades parece não ter fim, O Ministro diz … o Governador do banco de Portugal diz… o primeiro-ministro diz… e os factos vêm a desmenti-los de forma sucessiva. Penso sinceramente, que urge uma reflexão na sociedade portuguesa. Nem sempre a culpa é dos Generais mas que a coisa vai mal vai e é sempre nos períodos de crise que devem emergir as grandes mudanças. Por mim pode ser já. Não quero esperar mais.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Malone está a morrer

Não sou muito susceptível... diria mesmo que tendo a ser resistente, mas Samuel Beckett activou-me todas as fragilidades

«... É o que sinto, sinto-o há já alguns dias, e acredito na minha impressão. Mas em que é que essa impressão é diferente das que me têm enganado desde que nasci? Não, trata-se de um género de pergunta que já não pega, comigo já não pega, já não preciso de pintar. Morria hoje mesmo, se quisesse, bastava fazer um bocadinho de força, se fosse capaz de querer, se fosse capaz de fazer força. Mas mais vale deixar-me morrer, sem apressar as coisas...»

Já Fernando Pessoa o tinha feito

«...Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti...»

E quando olho para o lado sinto isso mesmo, a morte perto, naõ a minha mas dos que amo, não por vontade própria mas por assim ser a vida dizem...
Ficas sem defesas se vês a morte chegar a quem a repudia, a quem dela se pretende desviar com todas as poucas forças com que atrofia...

Dói!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O silêncio dos inocentes

Na hora da verdade todos se calam....
Todos conhecemos pessoas, situações momentos de desespero à nossa volta.
A crise não veio para brincar.
Temos amigos a ser despedidos, empresas a fechar, a ser executadas fiscalmente ordenados congelados no privado.
Perante isto o GOverno aumenta a função pública em 2,9%, acima da inflação prevista, de 2,6%.
Ano de eleições, recuperação do poder de compra perdido ao longo dos anos... qui ça...
Na verdade os grandes obreiros do país todos se calam, do PP à CDU passando por entre a chuva em ano de elições.
Não desejo mal aos funcionários públicos que por mim podiam sem aumentados 10% ou mais, dá-me igual, já ñão acredito na reforma, pois a verdade é que o chapéu do Estado vai dando para cobrir aquilo que é necessário.
A crise muda muita coisa, mas não a vontade de ganhar uns votitos mais uma vez prejudicando o bem comum.
Uns dão outros calam, é assim a vida...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Joseph the man

Sócrates teima em si...
«Ele encarnou uma personagem na qual até o próprio já parece acreditar. Honesto, trabalhador, empenhado em Portugal e nos portugueses, ninguém faria melhor dirão os cartazes na data das legislativas.».
O problema é que já ninguém acredita... e pergumto ao ENGENHEIRO se a teoria da cabala se aplica neste caso? Pois parece esta ser mais uma vez a teoria 1 do PS. Aguardamos, em função dos factos, pela 2 a 3 e a 4 como de costume...
Os aios, esses já sairam à rua com principal destaque para o Professor Freitas do Amaral... numa palavra, deprimente.
Pergunto se os cabalistas já estarão a minar a carreira internacional do ENGENHEIRO pois parece que até a polícia britância já definiu o timming de anos de eleições, em Portugal para actuar, inaceitável.
Irascível na forma, por vezes enfático nas palavras, duvidoso nas acções... com ele vos deixo... Ficararão esclarecidos.. acho eu...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Kill the Poor

Nunca nenhuma guerra foi feita pelo povo...
Todas por terra, poder, prestígio, diheiro, ambição e lutas entre poderosos...
Não há neutros, nem indiferentes, nem impotentes. Ou somos carne ou somos canhão.
Não sou anarca nem Punk... mas às vezes gostava.

Smiths

Estou Cansado

Às vezes sinto-me tão cansado, será próprio dos fracos, será das minhas dúvidas será de ti? Será de mim?

Estou Cansado

Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo…
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Álvaro de Campos
o poeta de todos os sentimentos, excepto do amor...

Os super aditivados

E assim mergulhei no lago.
O choque térmico fez-me voltar à normalidade. Olhei à volta e fiquei surpreendido.
Todos pareciam estar a consumir.
Verdade seja dita que eu mesmo, antes de começar a escrever, fui beber um cafézito, «ajuda a abrir a pestana...»
As pessoas andam aceleradas, mas não é menos verdade que uma boa parte das pessoas anda «aditivada». São os milhares de cafés diários, os comprimidos para tudo o que mexe, o elevadíssimo consumo de álcool na nova geração, as drogas leves que fazem parte integrante de qualquer grupo das zonas urbanas e que cresce a olhos vistos na província, é a estúpida mania das dietas compulsivas ajudadas por «pílulas» mágicas. Enfim, é uma panóplia de produtos mais ou menos químicos que uma grande parte da população toma.
É o excitante para sair da depressão, o calmante porque estamos excitados de mais.
Somos os reis do álcool, queremos ser os reis da «ganza», estamos no Top + do doping em atletas amadores, enfim, somos mesmo dos maiores... consumidores de substâncias que, de forma mais ou menos nociva, nos vão mantendo acordados. Se calhar, lá fora é igual, mas deixem-me ser um pouco egoísta em relação ao nosso Portugal (perdoem-me todos aqueles que, de facto, necessitam de tomar químicos para minorar ou curar qualquer maleita que tenham).
Usa as drogas, Zequinha, não deixes que as drogas te usem a ti. Usa-as em teu benefício de forma selectiva e moderada. Usas as que quiseres, sem preconceitos, mas cuidado, muito cuidado.
Será uma forma de progresso, uma invenção pós-modernista, o verdadeiro posso-ser-quem-quero-desde-que-tome-o-produto-certo. Eu adorava voar, mas não posso ter asas, nem nunca terei guelras ou barbatanas.
Se calhar, tenho uma boa dose de loucura natural que me minimiza a busca de algo mais. Se calhar, sou muito conservador nalgumas coisas, mas a verdade é que me sinto preocupado.
Vou voltar a mergulhar no lago. Pode ser que consiga ver as coisas de outra maneira, sem trip. Até já...

A Rua do prazer e a encruzilhada da solidão

«Odeio a televisão. Odeio-a tanto como aos amendoins. Mas não consigo parar de comer amendoins.»
Orson Welles

Não acredito na felicidade como um estado latente, o «sou feliz» para mim não faz sentido. Apenas o «estou feliz e assim espero que continue». Os factores de realização individual são obviamente variáveis, dependem de nós, daquilo que queremos ou até daquilo que sem saber desejamos. A busca dos nossos prazeres, o ir ao encontro dos tais momentos de felicidade.
O Homem sempre viveu em dificuldade com o prazer. Há mesmo quem tenha medo, não de o perder ou de não o alcançar, mas de o chegar a ter.
Mas o Homem contemporâneo procura o prazer. Cada vez mais as pessoas se consciencializaram de que é um elemento fundamental para os seus momentos felizes e, então, aí vai disto. Cortam a direito na busca da felicidade. Cada vez mais esses prazeres se multiplicam e a capacidade do Homem de criar novas formas de prazer parece ilimitada. Até aqui tudo bem, mas há algo que me preocupa. O Homem está mais só. Mais isolado. Menos sociável. A padronização está invertida aos meus olhos. As pessoas tornam-se iguais na busca pela diferença. Há sede, sede de cultura, de afirmação, de prazer. Os limites foram alterados, a fasquia está mais alta, e nem todos sabem lidar com isso. Procuram desenfreadamente algo... e perdem-se. E aí mudam de prazer, de objectivo, de meta. Adaptam-se sem nunca chegarem a terminar o que começaram. Escasseia a força e refugiam-se no egoísmo.
E o prazer egoísta tem diversas formas. Um amigo entra na discoteca e deixa o outro à porta, os namoros são inconciliáveis porque ele não abdica do futebol (no estádio, na televisão ou no computador), e ela não abdica de ver a centésima loja no centro comercial mesmo com o rapaz quase a desmaiar. Não se apercebem mas isolam-se, são os jogos de computador, a Internet e os chats, as diferentes formas de estupefacientes, a ambição pessoal desmedida, o confundir «competição» com «egoísmo» ou «inveja».
Três pessoas, três televisores, o mesmo programa, uma família.
Não querendo parecer tão radical como Victor Hugo que afirmava que «o solitário é um diminutivo do selvagem, aceite pela civilização», até porque por vezes gosto de estar só, não devo é permitir que essa seja a regra.
E hoje é de pequenino que tudo começa. Não é fácil resistir, o prazer comanda a vida. Diverte-te, seja feliz e procure o prazer, não o receie, não o controles, mas não viva apenas em função dele. Até porque a forma de multiplicar a felicidade é ajudando outros.

domingo, 25 de janeiro de 2009

E tu Zequinha?

«De vez em quando os homens tropeçam na verdade mas a maioria deles levanta-se rapidamente e continua o seu caminho como se nada tivesse acontecido».

Winston Churchill,
Discursos de Guerra

O Zequinha – A biografia

José António Silva nasceu na aldeia beirã de Malhar-da-Vaca, no dia 11 de Abril de 1970, embora o registo oficial mencione o dia 18. Os seus pais imigraram para Lisboa, quando ele ainda não falava, em busca de melhores dias... mas não encontraram, nem Lisboa, nem melhores dias, pois ficaram a viver numa casa clandestina no concelho de Loures.
Toda a sua vida tem decorrido na capital, mesmo demorando duas a três horas para cada lado, em função da dificuldade de transportes que vai tendo. Até ao princípio da idade madura, continuava a ir todos os verões «malhar» numa pedreira na sua terra natal. Por vezes, o período de Verão estendia-se até ao Inverno, mas nem sempre.
Fez estudos primários e secundários. Primários na Escola do Catujal que não pôde continuar por dificuldades económicas. Secundários enquanto aprendeu a andar à porrada, a enrolar ganzas, a apalpar miúdas nacionais e estrangeiras, bonitas e feias, altas e baixas, gordas e magras, e até o «Coisa Linda», vizinho da rua de baixo sobejamente conhecido, e com quem desenvolveu alguma sensibilidade, enquanto penteava a Barbie que tinham gamado à Luísa, vizinha da rua de cima, «ganda betinha».
No seu primeiro emprego, foi serralheiro mecânico (depois da pedreira), tendo depois exercido outras profissões, a saber: torneiro mecânico, servente reconhecido em particular pela rapidez com que trocava minis vazias por cheias, e mais tarde ladrilhador. Mas hoje, graças a um curso do IEFP, é feliz e trabalha numa pastelaria que fabrica pão, bolas de berlim, pastéis de nata, e a grande especialidade da casa: pães de chouriço e de torresmo, de chorar por mais.
Publicou o seu primeiro texto, no jornal da Escola Secundária do Catujal, com 18 anos no 7º ano, mas foi bastante criticado e mesmo incompreendido, devido ao elevado número de erros ortográficos e acima de tudo, pelo exagerado recurso ao calão, (autorizado, mas não naqueles termos).
Em 1992 e 1993, fez parte da Associação Recreativa e Cultural do Bairro das Coroas C, tendo também coordenado, durante alguns meses, o Departamento de Apoio ao Director de Futbol Infantil do Bairro, vulgo roupeiro/seccionista/aguadeiro, pois apesar da sua louca paixão pelo futebol, nunca soube dar um chuto que não fosse no cu de algum vizinho malcriado. Mais tarde pertenceu à primeira Direcção da Associação Recreativa e Cultural do Bairro das Coroas D, quando começaram a legalizar as primeiras casas do seu bairro.
Casou com 21 aninhos, ela com 17, devidamente autorizada pelos pais, e tiveram o primeiro filho cinco meses depois que, apesar de precoce, nasceu com 3 quilinhos e 500 gramitas e media alguns 56 cm, ou seja para aí três palmos, mais ou menos.
Adora cinema, embora só tenha ido duas vezes, em particular filmes do Chuck Norris e do Bud Spencer, apesar de afirme que o «gajo do rabo-de-cavalo também é lixado».
Futebol, ou seja o Benfica, é a sua grande paixão, para além do Águias de Camarate e o Sacavenense, embora vibre com o mesmo entusiasmo nas derrotas do Sporting, do Porto, do Chelsea, do Olivais e Moscavide e do Sporting da Torre.
Hoje, pai de três filhos, tem a sua vida estabilizada numa casa dada pela Câmara e recebe o rendimento mínimo, pois o seu ordenado não chega para a viver, a mulher, trabalha a dias, ganha para aí o dobro dele, mas não declara e assim consegue ir governando a sua vida entre a tasca e os canaviais. O mais velho é rufia, mas nem é mau rapaz.... e assim, no fundo, Zequinha vive feliz.